sábado, 29 de dezembro de 2007

CIDADE ECO-SAUDÁVEL I

Definitivamente Cachoeiro de Itapemirim não está uma cidade eco-saudável.

Quando deixei a “Cidade Maravilhosa” e decidi morar na “Atenas Capixaba”, o fiz em busca, não somente, da tranqüilidade que uma cidade pequena, com menos de 200 mil habitantes, pode proporcionar, se comparada com uma megalópole, com mais de 5 milhões de habitantes! O fato é que o Rio de Janeiro se tornou, para mim, uma impossibilidade de moradia em virtude do trânsito sobrecarregado, dos tiroteios cotidianos... Inclusive no último apartamento que morei, bairro de Vila Izabel, terra de Martinho da Vila e Noel Rosa, tive o desagradável susto, de ter a vidraça da janela, de minha sala de jantar, perfurada por uma bala perdida. Isto ocorreu nos idos de 1997.

Outro aspecto para decidir pela mudança, da linda cidade, foi a questão da qualidade do ar. Eu sou asmático. Nos últimos anos que vivi no Rio, passei a me drogar (medicamentos) diariamente, pois a minha asma se tornou crônica, em virtude da poluição do ar.

Acontece que, decorrido pouco tempo, após a minha chegada à bela Cachoeiro, em abril/1998, tive que retornar a rotina de “bombinhas” de medicação para asmáticos, além de ter que recorrer a cortizóides, para manter-me vivo. Quem tem asma, ou parentes asmáticos, sabe o perigo da não medicação, com bronco-dilatadores e antiinflamatórios.

Nós, asmáticos, somos mais de 20% da população brasileira, mundial e municipal, conforme dados de pesquisas reconhecidas. Entretanto não temos recebido o merecido tratamento. Somos eleitores e com nossos parentes representamos mais de 50% do eleitorado.

Aqui em Cachoeiro a qualidade do ar está muito ruim. Pelo menos é o que revela o meu pulmão e minha constante crise de asma. Tanto faz se é inverno ou verão. Procurei verificar nos jornais locais e parece que não há monitoramento da qualidade do ar de nossa cidade. Fico, então, com a constatação de meu sofrido sistema respiratório.

Indaga-se sobre quais os motivos da qualidade do ar estar tão ruim em nossa querida Cachoeiro? Voltarei ao tema na próxima semana.

Por enquanto solicito ao Senhor Prefeito e aos Senhores Secretários Municipais de Saúde e do Meio Ambiente, esclarecimento sobre os temas aqui tratados, pois é do meu interesse, dos 20% de cachoeirenses asmáticos e de todos aqueles que sofrem de algum problema respiratório. Cordial e respeitosamente,Um cidadão; asmático; membro da Associação Brasileira de Asmáticos.
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Eduardo Paiva. Economista. Consultor em Desenvolvimento Organizacional. E-mail: paiva.economista@gmail.com (28-9945-4655)

CIDADE, Calçadas, Caminhadas e Saúde.

É muito difícil caminhar em alguns municípios capixabas, e por esse Brasil afora. Os médicos recomendam e publicações destacam a caminhada como medida preventiva às doenças do coração e da cabeça.

A caminhada, garante: a) saúde e longevidade para o indivíduo; b) economia nos gastos com saúde pública, para o município, pois pessoas sedentárias são mais suscetíveis a doenças do sistema cárdio-respiratório e psicológicas. Entretanto como conseguir que os indivíduos deixem a inércia sofá(+)televisão(+)novela, vez que é praticamente impossível caminhar em ruas e calçadas esburacadas e desniveladas.O gasto do Sistema Único de Saúde (SUS) será minorado se os indivíduos forem estimulados a terem hábitos saudáveis. Então me pergunto: por que os prefeitos não investem em medidas que permitam maior participação da comunidade no projeto: CAMINHADAS PARA A SAÚDE ?!

Já passou da hora, de os administradores públicos melhorarem a aplicação do dinheiro de nossos impostos.

Começando pela padronização das calçadas, cuja feitura e manutenção são obrigações da Prefeitura, pois as calçadas são de uso comum do povo. São vias de trânsito dos pedestres, do mesmo modo que ruas e avenidas são vias de trânsito dos veículos motorizados. É necessário, portanto, que a Prefeitura assuma sua responsabilidade e cuide das calçadas, pois representam, atualmente, perigo para os pedestres. Não seguem padrão de qualidade e homogeneidade. Apresentam ressaltos e depressões que causam acidentes como torções e fraturas de pés, braços etc., principalmente em idosos.

Observo aos Srs. Prefeitos e Vereadores que os pedestres são maioria, da população e do eleitorado.

Recordo que o inteligente Prefeito César Maia, do Rio de Janeiro, em seu primeiro mandato, assumiu com seriedade e responsabilidade, o dever de a Prefeitura construir e manter as calçadas, por onde transita a maior parte da população do município. O resultado foi o reconhecimento da população, garantindo-lhe reeleição.

Tomara que o exemplo, daquele carioca, seja seguido por nossos astutos prefeitos capixabas, e do resto do Brasil, pois os gastos com o fazimento, padronização e manutenção das calçadas, para maior segurança dos pedestres, são mais que compensados pela economia feita com gastos em saúde pública, além do reconhecimento aos prefeitos e vereadores que se engajam neste projeto.
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Eduardo Paiva. Economista. Consultor em Desenvolvimento Organizacional. E-mail: paiva.economista@gmail.com

sábado, 15 de dezembro de 2007

CIDADE ANALFABETA I (22 / 03 / 2007)


Gostei muito da expressão “Analfabeto Diplomado”, cunhada, meses atrás, pelo professor, escritor e jornalista Evandro Moreira, em artigo de sua autoria. Outro dia o mesmo professor escreveu sobre o “Livro, esse intruso”.

É lamentável a constatação que o nível de leitura do brasileiro seja tão pequeno, comparado com os povos de outras nações! Tal circunstância nos relega a uma posição de atraso intelectual, em relação à América Latina bem como ao resto do mundo.

O prejuízo não é só intelectual, mas também econômico, vez que nos retira a possibilidade de concorrer satisfatoriamente no mercado globalizado. Isto é, nossas industrias e nossos agricultores não conseguem competir com os produtores de outros países, por causa da baixa qualificação profissional dos trabalhadores brasileiros, que se encontram hoje em dia, em estado de “analfabetismo diplomado”.

Eonomia brasileira menos competitiva, no mercado global, significa menos emprego e renda para nossos jovens e adultos, gerando mais pobreza e insegurança social para nossas crianças, esposas e filhos. Assim o efeito colateral do “analfabetismo diplomado” é aumento da insegurança, apesar dos maiores investimentos em segurança repressiva (mais policiais, mais armas, mais viaturas etc.). O que realmente melhoraria a nossa segurança, e de nossas famílias, seria o INVESTIMENTO EM SEGURANÇA SOCIAL PREVENTIVA. Significa investir, racional e eficazmente, muito mais em EDUCAÇÃO e em EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA.

É necessário incluir no Currículo Mínimo, do Ensino Fundamental, de responsabilidade do município, as disciplinas: a) “Direitos Humanos e Direitos da Cidadania” e; b) Cursos Profissionalizantes.

A primeira contaria com as seguintes matérias: Declaração Universal dos Direitos Humanos; Tratados Internacionais assinados pelo Brasil em Direitos Humanos; Constituição Federal do Brasil; Estatutos da Criança e Adolescente; Lei do Sistema Único da Saúde (SUS); Lei de Diretrizes e Bases da Educação etc.

Os Cursos Profissionalizantes deveriam ser ofertados na oitava/nova série do ensino fundamental, a fim de que os estudantes, ao terminarem a 1a fase de seus estudos, tenham uma profissão, permitindo-lhes melhorar as condições de vida pessoal. Por outro lado, a possibilidade de ser profissionalizado será atrativo para alunos e pais, resultando em diminuição da evasão escolar.

Os cursos profissionalizantes sugeridos são: 1.pedreiro; 2. pintor; 3.bombeiro hidráulico; 4.eletricista residencial; 5.padeiro; 6.confeiteiro; 7.cozinheiro; 8.costureiro; 9.eletricista de automóveis; 10.mecânico, etc.

Observo que não basta introduzir tais disciplinas. É necessário investir no(a, s): a) professores; b) bibliotecas, livros e leitura. Só investindo nos profissionais da educação, e em leitura, é que poderemos mudar a qualidade da educação, para evitar que, ao final, só estejamos formando “analfabetos diplomados”.

A Lei Orçamentária Anual de Cachoeiro de Itapemirim previu, para toda a Administração Pública, no ano de 2007, um total de Receita/Despesa de R$ 227.950.770,65. Dá, praticamente, uns 228 MILHÕES de reais.
Para a educação um orçamento de R$ 55.641.460,00; praticamente 56 MILHÕES de reais. As indagações que fazemos são as seguintes: a) com esse orçamento milionário dá pra fazer uma educação pública de qualidade? b) é possível melhorar o salário dos professores? c) é possível criar as condições para termos cursos profissionalizantes, ao final do ensino fundamental?

São indagações que dirijo, cordial e respeitosamente, ao Excelentíssimo Sr. Prefeito, e aos Ilustres Secretários Municipais de: a) Educação, b) Cultura, c) Desenvolvimento Econômico e d) Desenvolvimento Social.
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Eduardo Paiva: consultor, palestrante, email: paiva.economista@gmail.com (28-9945-4655)