Publicado originalmente na coluna Tendências e Debates, do jornal Folha de S. Paulo, sem data orginal)
Pesquisa
recente da agência APPM dá a medida de como se realiza a discussão
sobre campanhas eleitorais no Brasil. Oitenta e quatro por cento dos
consultados dizem que as doações de empresas aumentam as chances de
corrupção, mas 81% são contra o financiamento público.
O
eleitor sabe que o conluio entre dinheiro privado e Estado é fonte de
corrupção, mas se opõe ao financiamento público, pois não lhe é visível
o fato de que ele também paga a conta do financiamento privado. As
empresas, com frequência, recolhem via corrupção o que investiram no
candidato. O prejuízo ao Estado só aparece se estoura um escândalo,
caso em que o agente público será execrado, enquanto pouco se dirá sobre
o agente privado corruptor. Nada mais brasileiro do que esquecer que
corrupção é via de mão dupla.
Ouvem-se três argumentos principais contra o financiamento público:
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